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Em cena marcante, Jô e Roberto Carlos choram ao lembrar da velha amizade



Faltando uma semana para encerrar o que ele vem anunciando desde março como “a última temporada na Globo”, Jô Soares recebeu Roberto Carlos no estúdio da emissora em São Paulo. Ao final de 50 minutos de uma conversa muito simpática e amena, ocorreu um daqueles momentos raros, que acabam se tornando simbólicos, emblemáticos. Jô chorou, abraçado a Roberto, que cantava “Amigo”, aquela que diz:

Às vezes em certos momentos difíceis da vida
Em que precisamos de alguém pra ajudar na saída
A sua palavra de força, de fé e de carinho
Me dá a certeza de que eu nunca estive sozinho

Antes de cantar, Roberto avisou que a música foi feita para Erasmo Carlos, mas que ele a dedica igualmente a amigos queridos e parentes próximos. Também emocionado, se referiu a Jô depois de cantar um dos versos famosos (“Você que me diz as verdades com frases abertas”). “E você faz muito isso”, disse.

A observação me remeteu a uma passagem interessante da entrevista, quando Jô agradeceu Roberto por ter ido ao programa que apresentava no SBT, o “Jô Soares Onze e Meia”, em 1995.

Como Roberto é contratado da Globo há décadas, a entrevista teve que ser autorizada por Boni, então o homem-forte da emissora. Mas, por algum motivo, o executivo viajou sem deixar a liberação por escrito. Faltando dois dias para a gravação, Jô contou que o cantor telefonou para ele, dizendo que estava sendo pressionado a não ir sem esta autorização formal.

“Não tem problema. A gente é amigo de muitos anos. Não faz mal”, disse Jô a Roberto, na ocasião. “Mas faz uma coisa. Todo dia, quando você acordar, se olha no espelho e fala: ‘Eu sou Roberto Carlos. Eu sou o Roberto Carlos, qual é?’. Aí passou uma meia hora e ele ligou de volta dizendo: ‘Eu vou ao programa. Resolvi que vou’. Aí eu falei: por quê? E ele: ‘Sabe por quê? Por que eu sou o Roberto Carlos’. E foi ao programa, mesmo sendo contratado da Globo.”

Na noite desta sexta-feira (9), o cantor foi recebido ao som de “Emoções”, explicou a sua técnica para atirar rosas para a plateia (120 por show), contou que deu “uma melhoradinha” no seu transtorno obsessivo compulsivo e ouviu Jô, solidário, revelar que também tem um TOC: na dúvida se já passou desodorante, repete o gesto várias vezes. “Você não devia ter me contado isso. É contagioso”, riu Roberto.

O cantor revelou que demorou seis meses para compor “Jesus Cristo”, relembrou a inveja que tinha do cabelo do Ronnie Von. “Agora não mais. Depois que inventaram a progressiva, chapinha…” e cantou “Proposta”, “primeira canção na minha vida falando de sexo”.

Roberto contou que assiste ao programa de Jô enquanto faz ginástica. “Vejo você toda noite enquanto estou marombando, fazendo meu exerciciozinho para ficar bonitinho”. Disse que voltou a comer carne depois de 32 anos e revelou: “Gosto muito de junk food, pizza”.

Repetiu que as coisas que mais gosta, pela ordem, são: “Sexo, sexo com amor e sorvete. Recomendo”.

Jô está com 78 anos. Roberto tem 75. Se conhecem desde os anos 60, quando ambos iniciaram suas carreiras. A despedida de Jô da Globo é muito simbólica e, não por acaso, pareceu muito sentida por Roberto.

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